quinta-feira, 11 de abril de 2013

O que vi da vida - Vamos virar esse jogo

A cada dia que passa, há tempos atrás, os números cresciam. Números relacionados ao progresso da violência. A mídia, gosta muito de nos empurrar uma certa palavrinha: "estatística". É estatística que sobe, é estatística que desce. O número de assaltos seguido de morte, estão diminuindo... Nas estatísticas. Por várias vezes, chefe disso, diretor daquilo, superintendente daquilo outro, vem para nos falar para não reagir a um assalto... "É melhor perder um bem do que a vida..." Confesso que isso me causa náuseas. Ralar um mês inteiro, pagar isso, pagar aquilo, boletos, carnês, faturas, contas que não acabam mais... Mas o dinheiro sempre acaba. E sempre sobra mês no fim do dinheiro. Aguenta chefe brigando, criança pedindo, cliente reclamando. Para depois, em um simples "Perdeu Playboy!" você entregar todo o seu suor. Não sou playboy, e também não perdi. Pensando assim, vejo que cresce outra estatística... Ops! Ainda não virou estatística, porque ninguém se interessou em contar tais números. Mas vemos a notícia... Se por um lado, as estatísticas de que os assaltos diminuíram, de que os roubos diminuíram, de que os latrocínios diminuíram, aumentam as notícias de que em algum lugar, uma velhinha reagiu a um assalto em casa, e com uma arma antiga, matou o assaltante. Em outro lugar, um senhor de idade, se atraca com o bandido dentro de casa, e com uma faca de cozinha, faz no meliante um estrago danado... Em um outro ponto, um senhor com a sua muleta, ataca um assaltante que de moto, não consegue sequer fugir, e tem que empurrar a moto sob a ameaça de uma muleta... Em um outro ponto, uma mulher cansada de apanhar, enterra o marido vivo. E por aí vai... Essa estatística que falo, ops! ainda não é estatística, mas esses fatos, fazem crescer os números de que o bem está reagindo... E se antes, estava 1000 X 0 para o mal, agora ficou 1000 X 3, 1000 X 10,   900 X 20,  800 X 25, e vamos virar esse jogo. Falta pouco. Nosso time tá bem, tá pontuando. Quando esse jogo for virado, quero ver os chefes, diretores, superintendentes, chegarem na mídia e falar: "Senhores assaltantes, ou pessoas do mal... Quando forem assaltar, pensem que do outro lado, pode ter alguém do bem revoltado com o tempo em que sofreu, e reagir e te matar... Então, porque arriscar a vida por um bem material? Dinheiro, carro, bens, a gente trabalha e compra outros... Então porque assaltar? Sua vida vale mais..."
É. Vamos acabar virando esse jogo. Ou talvez não acabaremos.


(Abimael de Andrade)

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